Um blogue de notícias, publicado por Miguel Marujo, jornalista com a carteira profissional nº 5950. O ponto de partida do repórter é Lisboa, mais como espaço físico onde se situa o jornalista, do que como único motivo de reportagem. Aqui não descobrirá a história ao minuto, mas uma tentativa de manter um olhar atento e, eventualmente, diferente sobre a Cidade. Envie-nos o seu alerta, a sua sugestão ou o seu comentário para mmarujo@gmail.com

7.12.06

Três postais de Lisboa

1. Praça São João Bosco, em Lisboa, 15h35, quarta-feira. O caos está instalado, com buzinadelas furiosas a marcarem o ritmo do pára-arranca de automóveis que serpenteiam por entre outros mal parados, carrinhas de transporte especial, autocarros e eléctricos da Carris. A hora podia ser outra, de um qualquer dia da semana: de manhã cedo, entre as 8h e 8h30, ou à hora do almoço, ou pelo final da tarde, a partir das 17h30. O cenário também podia ser outro, em horas próximas: junto ao Centro Comercial das Amoreiras, na Avenida Eng. Duarte Pacheco, ou no topo da Avenida Álvares Cabral, junto ao Jardim da Estrela. O motivo é sempre o mesmo, e repete-se um pouco por toda a cidade: horários de entrada e saída de escolas, no caso o Colégio dos Salesianos, o Liceu Francês e o Jardim de Infância João de Deus, com os afunilamentos de trânsito motivados pelo estacionamento anárquico de pais e familiares, que vão buscar as crianças. O ranking das escolas parece ser proporcional à incivilidade no trânsito.

2. O Governo obrigou os parques de estacionamento a fraccionarem os pagamentos. Já a EMEL nas ruas de Lisboa soma e segue: estacionar nas Avenidas Novas, por exemplo, obriga a colocar moedas por um período mínimo de meia-hora. Preço tabelado no parquímetro: 31 cêntimos. Moeda mais pequena que se pode colocar: 5 cêntimos. A meia-hora afinal fica por 35 cêntimos.

3. Desde o Verão, é impossível circular, estacionar ou parar na Rua António Enes, em Lisboa, no quarteirão entre a Rua Filipe Folque e a Avenida Luís Bívar, onde se localiza a Embaixada de Israel [na imagem]. O motivo à vista de todos é a segurança da representação diplomática. Dois polícias com armas em punho e gradeamento estabelecem o perímetro, mas moradores e visitantes ocasionais não percebem o motivo de se manter a via cortada numa zona onde o estacionamento é um bem escasso, quatro meses depois da guerra com o Líbano, que aumentou o nível de segurança junto da embaixada.



















[representação das Avenidas Novas, com a indicação da localização da Embaixada de Israel, in Lisboa Interactiva]

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