Um blogue de notícias, publicado por Miguel Marujo, jornalista com a carteira profissional nº 5950. O ponto de partida do repórter é Lisboa, mais como espaço físico onde se situa o jornalista, do que como único motivo de reportagem. Aqui não descobrirá a história ao minuto, mas uma tentativa de manter um olhar atento e, eventualmente, diferente sobre a Cidade. Envie-nos o seu alerta, a sua sugestão ou o seu comentário para mmarujo@gmail.com

26.3.07

Mais de Lisboa inesperada (numa pausa do LxRepórter)

O LxRepórter faz uma pausa de duas semanas. E promete regressar a 9 de Abril com mais notícias. Até lá deixamos novos retratos de uma Lisboa inesperada, pela lente atenta do leitor António Paulino. Que outros nos façam chegar também os seus olhares sobre Lisboa (para mmarujo@gmail.com).



















Igreja de Nª Sª da Oliveira (escondida) na Baixa [em cima]


















Relógio (Graça) [em cima]



















Urinol (junto ao Castelo de S. Jorge) [em cima]

25.3.07

Reportagens do baú*: Quando os miúdos viajam na "chapeleira"

[artigo originalmente publicado no PortugalDiário a 8 de Agosto de 2003]


REPORTAGEM: Há erros comuns no transporte das crianças nos automóveis. Mas também situações incríveis. "À solta", as crianças podem sofrer lesões graves ou mesmo morrer


As crianças viajam muitas vezes sem protecção adequada e mesmo nos lugares mais incríveis. Numa época em que as famílias se fazem à estrada para gozo de férias, a preocupação pelo transporte dos mais pequenos continua presente. A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) não deixa de alertar para o perigo de viajar com uma criança "à solta" no automóvel.

O erro mais comum de muitos pais é a não protecção das crianças com sistema de retenção adequado, como a vulgar "cadeirinha", ou até cintos de segurança, assegurou ao PortugalDiário José Pedro Dias, técnico em segurança rodoviária da APSI.

Entre as situações mais absurdas, encontradas recentemente por técnicos da APSI, está o transporte de crianças no porta-bagagens de carros comerciais e miúdos «a dormir deitadas na chapeleira». O perigo é evidente, constata o especialista: «Um perigo agravado de lesões muito graves e morte por embate nas estruturas rígidas do automóvel e/ou por ejecção para a faixa de rodagem», mesmo a baixas velocidades.

Entre aqueles que usam dispositivos de segurança, há erros que «podem diminuir a eficiência da protecção dada às crianças», refere José Pedro Dias. E exemplifica: «Viajar com a criança voltada para a frente demasiado cedo», que é como quem diz, pelo menos até aos 18 meses. Segundo o técnico da associação, a criança deve «até quanto mais tarde melhor» andar de costas: «Devido ao peso da sua cabeça, muito elevado em comparação com o do corpo, e ao seu pescoço muito frágil», esclarece.

O abandono da utilização de uma cadeira para crianças não deve ser feito demasiado cedo. Como diz José Pedro Dias, «devido à sua pequena estatura, o cinto de segurança precisa de ser complementado com a utilização de uma cadeira de apoio, até a criança ter 12 anos, 36 quilos ou um metro e meio de altura».

Outra preocupação da APSI é a fixação das cadeirinhas nos automóveis. As folgas eventualmente dadas na sua fixação podem revelar-se fatais, de acordo com o técnico: «As folgas diminuem o espaço de sobrevivência disponível e, por isso, as possibilidades de sobrevivência da criança em caso de acidente». Outra hipótese é «a criança ser "cuspida" da "cadeirinha" e ir bater no interior do automóvel ou ser esmagada na estrada».

A crueza da imagem remete para as frias estatísticas: em 2002, morreram 29 crianças, mais uma que em 2001. Em Janeiro de 2003 (últimos dados disponíveis) morreram três menores de 14 anos. É entre os 10 e os 14 anos que se morre mais (12 vítimas mortais), segundo os números da Direcção-Geral da Viação, registados no «Relatório Estatístico da Sinistralidade 2002». Antes dos cinco anos de idade, o número é de 11 mortos.

Estes números são agravados com as estatísticas dos feridos graves: 165, até aos 14 anos (62 feridos até aos cinco anos, 41 entre os seis e os nove, e outros 62 dos 10 aos 14 anos). Apesar da diminuição em relação a 2001 (menos quatro feridos graves no total), entre as crianças até aos cinco anos o número subiu (mais quatro).

Neste mês de Agosto, a Rádio Comercial - que "patrulha" algumas estradas em colaboração com a GNR, nas suas "operações Stop" - vai oferecer prendas às crianças que sejam transportadas em segurança pelos seus pais. Aos condutores que não cumprirem as normas devidas será entregue um folheto informativo, com explicações sobre a importância de transportar correctamente as crianças. Como dizia o "spot" antigo: «Comigo os miúdos vão sempre no banco de trás.» E bem seguros, de preferência.


[* - nota: ao fim-de-semana, o LxRepórter recupera antigas reportagens, que de algum modo permanecem actuais]

22.3.07

[nota editorial]

Por diversos motivos, este blogue tem tido um ritmo menor de publicação de notícias. As nossas desculpas, aos leitores que nos procuram.

20.3.07

Postal desta Lisboa inesperada (IV) - mais um contributo dos leitores




















«Bebendo na Baixa»
O leitor António Paulino respondeu ao nosso desafio com várias fotos. Esta é mais uma das suas contribuições.

19.3.07

Quatro anos de guerra no Iraque assinalados em Lisboa

Os quatro anos da invasão do Iraque são assinalados esta terça-feira, 20 de Março, dia em que uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e Reino Unido lançou uma ofensiva terrestre contra o regime ditatorial de Saddam, a partir do Kuwait, corria o ano de 2003.

Em Portugal, a data é assinalada com uma concentração no Rossio, em Lisboa, promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, próximo do PCP, onde será feita uma proclamação que pretende, entre outros aspectos, exigir o fim da “ocupação”, “a plena soberania do povo iraquiano” e “nenhum apoio, nenhuma facilidade militar ou logística à política guerreira de Bush”.

Na sexta-feira, 23, é a vez da música, com um Concerto pelo Iraque, na Sala 1 do Cinema São Jorge em Lisboa, às 21h30. A iniciativa do movimento Tribunal do Iraque reúne em palco uma paleta abrangente de sons e estilos de música com Camané, Fausto, Jorge Palma, José Mário Branco, Luís Represas, Pacman (dos Da Weasel), Paulo de Carvalho e Pedro Abrunhosa.

Por fim, no sábado, 24, às 18h30, também em Lisboa, um debate na Casa do Alentejo, discutirá os cenários actuais que se colocam no território iraquiano e à diplomacia internacional, a partir das intervenções de Silas Cerqueira, António Louçã, Carlos Carvalho, Manuel Raposo e Rui Rosa.

18.3.07

Meia Maratona fecha ponte 25 de Abril, uma informação quase clandestina

A ponte 25 de Abril está encerrada este domingo de manhã, a partir das 9h15 até cerca das 12h30, nos dois sentidos, por causa da realização da 17ª Meia Maratona de Lisboa. Mas a informação é quase clandestina, não estando disponível em sites de organismos e entidades que, à partida, têm obrigações na gestão da informação deste tipo de acontecimentos.

O site oficial da competição omite esse dado, apenas disponibilizando informações aos concorrentes e participantes, enquanto que as autoridades policiais (GNR e PSP) não avançam qualquer antecipação do fecho deste importante eixo viário entre as duas margens. A Câmara de Lisboa também não tem qualquer alerta para o encerramento desta via no espaço reservado às notícias.

Só a Lusoponte, entidade gestora da ponte, disponibiliza a informação do encerramento. Mas mesmo no site da empresa pode não acertar-se à primeira: na página de "informações úteis", os dados são inúteis: referem-se a 2006 e outros anos anteriores. Apenas nas "novidades" se confirma a notícia - «Informamos todos os nossos estimados Clientes que no próximo Domingo, dia 18 de Março, a Ponte 25 de Abril estará encerrada ao trânsito a partir das 09h15 prevendo-se a sua reabertura para as 12h30, de modo a permitir a realização da 17ª Meia Maratona de Lisboa.»

A alternativa para o trânsito automóvel durante a manhã deste domingo será a ponte Vasco da Gama.

17.3.07

Reportagens do baú*: Urgências hospitalares à beira da ruptura

[artigo originalmente publicado no PortugalDiário a 12 de Janeiro de 2004]

REPORTAGEM: Hospitais sem capacidade de resposta, médicos e enfermeiros insuficientes, doentes à beira de um ataque de nervos. Todos fazem o diagnóstico, mas não há um medicamento eficaz a curto prazo


As urgências hospitalares estão à beira da ruptura. O caos sucede-se, os hospitais não têm capacidade de resposta, os médicos e enfermeiros são insuficientes, os doentes ficam à beira de um ataque de nervos. Todos fazem o diagnóstico, mas não há um medicamento eficaz a curto prazo.

Na semana passada, em dois dias, a espera no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) atingiu as 18 horas no sábado, dia 3, e 10 horas na quinta-feira, dia 8. Uma situação «habitual», admitiu fonte do gabinete de imprensa ao PortugalDiário.

Um hospital recente, como o Fernando da Fonseca, concebido para uma população de 200 mil habitantes, serve dois dos maiores concelhos do país: Amadora e Sintra. Nas urgências eram esperadas 200 pessoas por dia. Hoje, um dia «normal» significa o atendimento de 400/500 pessoas na urgência central. No dia 3 de Janeiro «houve um afluxo acima da média», agravado pela falta de um médico na equipa de urgência.

A culpa é dos doentes que não têm indicação para ir à urgência e que deviam procurar os centros de saúde, adiantam os responsáveis. «É preciso alertar as pessoas para que se dirijam aos centros de saúde», diz fonte do Amadora-Sintra, que «tem projectos desenvolvidos para as pessoas procurarem os seus médicos de família». Sem sucesso.

Hoje, muitos hospitais utilizam o modelo de triagem de Manchester, em que a velocidade de atendimento é determinada pela gravidade do caso, em detrimento da ordem de chegada. Assim, quanto menos grave mais se pode esperar para ser atendido. No Amadora-Sintra, explicou fonte do hospital, quem esteve à espera naqueles dois dias foram os doentes "azuis" (sem urgência) ou "verdes" (casos pouco urgentes).

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, num dos últimos dias de Dezembro, o tempo de espera na urgência central foi de cerca de seis horas. «Em Dezembro esteve mau, em alguns dias, agora melhorou», admitiu Oliveira Marques, director do serviço ao PortugalDiário.

O período da manhã é o melhor em Santa Maria, reconhece este responsável, «quando funciona a equipa fixa e os tempos de espera são mínimos». A partir das 15 horas, entram as equipas rotativas - «todas elas muito carenciadas» -, a afluência de doentes aumenta e cresce também a espera. De quatro a cinco horas, é o máximo que se verifica para os doentes menos graves ("verdes" e "azuis"), garante Oliveira Marques.

O modelo de equipas fixas pode ajudar a combater os longos tempos de espera porque esses médicos «estão todos os dias [no serviço], têm mais experiência e estão motivados», enumera o responsável de Santa Maria. Neste momento, o modelo não pode ser estendido a todo o dia: «Quando tiver o número suficiente de médicos» será possível prolongar o tempo de trabalho das equipas fixas. Para isso, «precisaria do triplo de médicos», admite Oliveira Marques.

Este é o problema onde tudo vai bater: «Há falta de médicos. De imediato, não há solução», diz. Resta «formar mais médicos» para evitar a ruptura definitiva nas urgências. Por enquanto, Oliveira Marques continuará a ter pouca resposta aos anúncios que coloca na imprensa à procura de clínicos externos para suprir as necessidades. Dinheiro para os contratar não falta. Falta é dinheiro para «dar incentivos de ordem económica». E mais importante, faltam clínicos: «Não há mercado para preencher as vagas do quadro».

[* - nota: ao fim-de-semana, o LxRepórter recupera antigas reportagens, que de algum modo permanecem actuais]

16.3.07

Pilaretes "atiram" peões para fora dos passeios

A gincana a que os peões lisboetas estão obrigados é conhecida, numa cidade em que o automóvel é rei e senhor (ver notícias relacionadas. Para facilitar o trânsito de pessoas, a Câmara procura soluções que impeçam o estacionamento ilegal nos passeios. Mas que dizer de soluções que são elas próprias obstáculos à utilização dos passeios pelos próprios transeuntes?

Este exemplo é da Travessa do Torel (junto ao Campo dos Mártires da Pátria), mas há outros por essa cidade fora: a colocação de pilaretes para impedir o estacionamento automóvel é feita de tal modo em passeios tão estreitos que os peões são obrigados a partilhar o alcatrão com os carros que passam. Apesar de não ser visível na imagem, o passeio do outro lado da pequena travessa, sem pilaretes, está ocupado por automóveis. A menos de 100 metros há um parque de estacionamento público. Com lugares livres, como constatou o LxRepórter esta sexta-feira ao início da tarde.

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Três postais ilustrados de Lisboa
Xeque ao peão

Uma semana do tamanho do mundo para descobrir "um mundo mais vasto"

Lisboa e Guimarães têm “uma semana do tamanho do mundo” a acontecer entre portas, numa realização da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e da Urbáfrica. O programa decorre em Lisboa desde quarta-feira, dia 14, e prolonga-se até domingo, 18. Em Guimarães, duas mostras apresentam-se de 22 de Março a 5 de Abril, concentrando-se a realização de um atelier e um fórum a 23 deste mês.

Os objectivos da iniciativa apontam para a educação para o desenvolvimento, descobrindo “um mundo mais vasto”, a partir da experiência de vida de cada um, onde o mundo começa, como argumenta a organização do evento. A organização interpela directamente os cidadãos das duas cidades: “Propomos mudar este mundo com um projecto que criou outros projectos, que envolveu dezenas de pessoas com uma grande capacidade de interrogar, duvidar, criticar e criar outras realidades. Esta experiência de vontade iluminou outras perspectivas, outros contextos, outras verdades, outras propostas e outras hipóteses que queremos partilhar contigo.”

Em Lisboa, até domingo, decorrem duas mostras: a exposição de fotografia “A Partilha do Indivisível”, no Fórum Lisboa (que comemora 50 anos), onde pode ser vista das 10 às 18 horas; e uma instalação da artista Sara Lisboa, que pode ser apreciada no mesmo horário.

Já hoje, a partir das 16 horas, também no Fórum Lisboa (à Avenida de Roma) um debate/workshop sobre “Educação para o Desenvolvimento: Estudo de Casos Especiais” pretende analisar projectos, acções e estudos desenvolvidos no âmbito da acção de formação do projecto “Metas 2015: Responsabilidade Social”, enquanto que um seminário público sobre “Cooperação para o Desenvolvimento, no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”, definidos pelas Nações Unidas, visa a partilha, debate e reflexão em volta das questões mais prementes e contemporâneas do desenvolvimento humano, social e ambiental a nível mundial.

Um atelier “Animação do Livro de da Leitura”, que pretende, entre outros objectivos, sensibilizar crianças dos seis aos dez anos, para a importância do livro na Educação para o Desenvolvimento, terá lugar amanhã, sábado, das 10h30 às 12 horas.

Em Guimarães, a exposição e a instalação estarão no Museu de Arte Primitiva Moderna (Largo da Oliveira), de 22 de Março a 5 de Abril, das 9 às 12h30 e das 14 às 17h30. O atelier do livro e leitura repete na Biblioteca Municipal Raul Brandão, dia 23 de Março, das 10h30 às 12 horas, enquanto que o Fórum “Educação para o Desenvolvimento” tem lugar no mesmo dia, das 16 às 18 horas.

15.3.07

“Do indígena ao imigrante”, pretextos para uma conversa

Os desafios da imigração regressam à mesa do debate a partir do tema de capa da edição portuguesa do jornal mensal “Le Monde Diplomatique”. No número de Março, o jornal apresenta um dossiê sob o título “Do indígena ao imigrante”, cujas pistas serão retomadas esta sexta-feira, a partir das 21h30, na Livraria Ler Devagar, em Lisboa.

Os autores de alguns dos artigos são chamados a lançar o mote da conversa da noite. O espaço lusófono é o ponto de partida para dois dos intervenientes: “A Lusofonia, outra forma de colonialismo” por Alfredo Margarido, e “O luso-tropicalismo: um mito persistente”, com Cláudia Castelo. Miguel Bandeira Jerónimo e Nuno Domingos dão o título ao dossiê e ao debate com a sua proposta de reflexão sobre “‘O grémio da civilização’: do indígena ao imigrante”.

Por fim, Hugo Maia e Bruno Peixe Dias avançam com outras duas pistas para este tema: o primeiro com a leitura de “como se constrói um imigrante”, o segundo com uma análise aos “enteados da Nação”.

A conferir esta sexta-feira em conversa, na Rua da Rosa, 145, em Lisboa, a nova morada da Ler Devagar, que é mais do que um espaço livreiro.

13.3.07

Nobel fala do microcrédito como contributo para a paz

O prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, está de regresso a Portugal, para uma conferência sobre “Microcrédito: um contributo para a Paz”, a ter lugar no próximo dia 22, às 18h30, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian. Numa parceria da AESE – Escola de Direcção de Negócios com a Gulbenkian, a conferência procura explicar como uma ideia de crédito bancário a pobres pode contribuir para a paz

Economista, Muhammad Yunus fundou o Grameen Bank, depois de constatar que os mais pobres ficavam de fora do público-alvo das instituições bancárias na concessão de crédito. Ou seja, quem mais precisava não conseguia aceder ao crédito.

Por ocasião da cerimónia de entrega do prémio Nobel, em Dezembro passado, o pioneiro no microcrédito instou as empresas a renovarem o capitalismo, para assim “erradicarem” a pobreza, que, na sua opinião, é hoje fonte do terrorismo e no futuro só será encontrada em museus. “As frustrações, a hostilidade e a fúria geradas pela pobreza abjecta não podem assegurar a paz em nenhuma sociedade”, afirmou então, numa possível antecipação da linha condutora da sua conferência.

A Associação Nacional de Direito ao Crédito está a apelar à participação nesta conferência (cuja inscrição pode ser feita no site da AESE para testemunhar “o reconhecimento pelo incentivo que [Yunus] tem dado” para “fazer que o microcrédito seja um instrumento de dignificação das pessoas e de construção da paz”.

50 mil pessoas pedem fim do "choque de civilizações"

Mais de 50 mil pessoas já assinaram uma petição que pede o fim do “choque de civilizações” entre o Islão e o Ocidente. De acordo com a organização, que promove a petição on-line, “o choque não é cultural e sim político”, de Nova Iorque a Bagdad, de Guantánamo à Palestina.

Para a Avaaz.org, é possível “impedir que [o choque] aconteça”. Na petição exige-se aos líderes palestinianos, israelitas e internacionais que tenham “verdadeiras negociações de paz” – “e que fiquem na mesa de negociação até que haja paz”.

A meta da organização é atingir 100 mil assinaturas até ao fim deste mês, “quando líderes internacionais se reunirem” e a mensagem for “entregue de uma forma que eles não esquecerão”, avisa a Avaaz.org no seu site sem concretizar.

Esta organização apresenta-se como “uma comunidade de cidadãos de todo o mundo que enfrentam as grandes questões do mundo actual”. A Avaaz.org foi fundada pelo Res Publica, um grupo de advogados de todo o mundo, e pelo MoveOn.org, grupo de activismo on-line com mais de três milhões de membros.

9.3.07

Mais de duas centenas pedem afastamento de administração de creches

246 assinaturas. No início desta sexta-feira, é este o número de pessoas que já assinaram a petição on-line dirigida ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, a pedir que «se inicie o processo de destituição dos actuais corpos gerentes da Fundação [D. Pedro IV] e que seja aberta uma sindicância à gestão da actual administração».

O texto da petição começa por lembrar que a Fundação D. Pedro IV - no centro de uma forte contestação promovida por um grupo de pais, neste caso das "casas de infância", mas também por moradores dos bairros dos Lóios e das Amendoeiras - tem o estatuto de instituição de utilidade pública, o que lhe permite receber «avultados apoios estatais».

Os pais autores da petição acusam os administradores da Fundação de «gestão discricionária, economicista e totalmente desprovida de lógica social». E acrescentam: «Constata-se que os principais quadros de direcção desta IPSS [instituição particular de solidariedade social] têm vindo a ser ocupados por pessoas escolhidas por motivações familiares ou políticas, sem que para tal sejam asseguradas as necessárias competências técnicas científicas e pedagógicas.»

Entre as acusações apontadas no texto peticionário, dirigido ao ministro da tutela, com quem aliás já mantiveram uma reunião, os pais argumentam que «a Fundação está transformada em sede de várias empresas imobiliárias e de fundos de investimento, dirigidas pelo Presidente do Conselho de Administração e geridas por outros membros dos seus órgãos sociais, que ali desenvolvem as suas múltiplas actividades nos referidos ramos», bastando para isso olhar para as placas «à porta da sua sede», onde funciona também uma das "casas de infância" [ver fotos], junto ao Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa.


Notícias relacionadas: Manifestação inédita lembra que habitação é um direito e Pais ameaçados por administração de creches

[O LxRepórter tem em preparação um conjunto de notícias sobre este caso.]

8.3.07

Postal instantâneo: concerto em cima do camião



















Às 19h, o camião devia estar estacionado no Terreiro do Paço para um concerto de 15 minutos. Os Blind Zero festejaram hoje os 13 anos com 13 concertos, do Porto a Lisboa, de camião, sempre a rock'n'rollar. Mas, algures no caminho, o atraso (curto) tornou-se inevitável: às 19h24, em passo estugado, fãs e transeuntes acompanhavam a banda do Porto a tocar os seus êxitos (agora reunidos num "best of" acústico) a sair da Praça dos Restauradores. No final de uma canção, houve lugar a aplausos - e a buzinadelas. De contentamento. Os automobilistas quase retidos no trânsito, obrigados a seguir em marcha lenta, não pareciam importar-se. Os benfiquistas já estariam em casa.

[foto captada por telemóvel]

5.3.07

Pais ameaçados por administração de creches

Os pais das crianças das creches e jardins de infância da Fundação D. Pedro IV que têm criticado a administração e pedido a sua destituição foram ameaçados por manifestarem vontade de constituir uma associação de pais.

O processo que envolve a Fundação tem sido, no mínimo, rocambolesco. Depois de estar envolvida numa transferência de prédios nos bairros de Lóios e das Amendoeiras [ver notícia relacionada], agora é a gestão das sete «Casas de Infância» a criar polémica.

De acordo com um «relatório-síntese» de um grupo de pais - publicado num blogue entretanto criado, onde fazem um «apelo urgente para a denúncia da situação que se vive na Fundação D. Pedro IV» -, os pais das cerca de 850 crianças foram surpreendidos, após o início deste ano lectivo de 2006/07, «com decisões e medidas» anunciadas pelo Conselho de Administração da instituição particular de solidariedade social. Entre as decisões e medidas anunciadas, segundo a denúncia dos pais, estavam a «redução do pessoal de acção educativa; ameaças de mais despedimentos de pessoal de acção educativa; [e o] anúncio, por circular entregue à porta, de uma decisão da Administração informando que a Fundação encerraria [as portas] durante o mês de Agosto de 20007, sem que em qualquer momento anterior isso constasse do Regulamento e ao contrário do sucedido em anos anteriores».

«Alarmados», este grupo decidiu avançar com reuniões de pais, onde se decidiu «mandatar [um] grupo de representantes para dar início a um processo de constituição de Assembleia de Pais, seguido de Associação de Pais e Encarregados de Educação das Casa de Infância da Fundação D. Pedro IV». Destas e de outras decisões deram conta, no relato dos próprios, ao presidente do Conselho de Administração, Vasco do Canto Moniz, em reunião tida a 24 de Janeiro. «Foi ainda igualmente solicitado pelos representantes dos pais autorização para o uso do nome da Fundação na Associação a constituir, da morada da Fundação com morada sede da futura Associação, das instalações para reuniões», relatam no referido relatório divulgado na internet, que Canto Moniz terá autorizado. A reunião para formalizar a criação da associação teve lugar a 14 de Fevereiro.

É esta decisão que agora a Fundação vem contestar, com ameaças. Em carta datada desta segunda-feira, 5 de Março, assinada por uma responsável do Departamento de Gestão [clicar na imagem para aumentar], disponibilizada no blogue dos pais, este grupo é instado a divulgar as «deliberações tomadas» em nova assembleia, por alegadamente serem «contrárias à orientação da Fundação». A ameaça, sem ser especificada, está no final da curta mensagem: se se confirmarem as tais deliberações, que incluem a constituição da associação, «levarão o Conselho de Administração a ter de extrair as naturais consequências».

Notícia relacionada: Manifestação inédita lembra que habitação é um direito

[O LxRepórter tem em preparação um conjunto de notícias sobre este caso.]

3.3.07

Imigração é uma oportunidade ou uma ameaça?

A Fundação Calouste Gulbenkian realiza nos próximos dias 6 e 7 uma Conferência Internacional "Imigração: Oportunidade ou Ameaça?" que pretende "dar a palavra a personalidades nacionais e internacionais que podem trazer a sua visão acerca da imigração". O palco da iniciativa é o Auditório 2, no edifício-sede da Fundação, em Lisboa.

No decorrer dos trabalhos, as intervenções de reconhecidos especialistas e académicos procurarão contextualizar a imigração e o desenvolvimento, os desafios da imigração, a partir de testemunhos, a perspectiva das organizações internacionais sobre os fluxos migratórios, o caso espanhol que passou da emigração à imigração e o do Brasil que se tornou um país de emigração, depois de ter sido terra de acolhimento de imigrantes.

"A dimensão humana dos processos migratórios" justifica ainda "o olhar dos escritores", mas também a análise do diálogo intercultural e interreligioso, bem como a leitura do papel das migrações internacionais na economia global. Outro momento-chave do debate será a apresentação e discussão das recomendações sobre o tema central da conferência do Fórum Gulbenkian Imigração (constituído em Março de 2006, com o objectivo de "promover uma reflexão e uma visão abrangente sobre os fenómenos migratórios").

A acompanhar a conferência, será inaugurada uma exposição de fotografia "Homo Migratius" e lançado o livro "Imigração: Oportunidade ou Ameaça? Recomendações do Fórum Gulbenkian Imigração". A conferência será ainda difundida em vídeodifusão.

2.3.07

O elevador volta a subir a encosta

Vencer a encosta do Lavra é, de novo e desde hoje, mais fácil. O elevador que sobe a Calçada com o mesmo nome, voltou a funcionar, depois de meses de paragem, para trabalhos de consolidação de um edifício que ameaçava ruir.

Até ontem, como documenta a foto, os dois elevadores estavam imobilizados a meio da encosta, junto às escadas que dão acesso ao jardim do Torel e ao Campo dos Mártires da Pátria. Depois de afinações nos últimos dias, por técnicos da Carris, esta sexta-feira passou a ser possível utilizar o funicular

Turistas - sempre muitos, de mapas e guias na mão - e lisboetas eram informados, em português e inglês, da paragem forçada deste monumento nacional. Para subir ou descer a encosta, são válidos os títulos de transporte da Carris.



[foto MM]

1.3.07

Postal desta Lisboa inesperada (III)
- mais um contributo dos leitores



















«No miradouro de Santa Luzia»
O leitor António Paulino respondeu ao nosso desafio com várias fotos. Esta é a segunda.

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